Como lidar com a ansiedade: entenda este comportamento e suas consequências

Para muitos, agir por impulso se tornou algo natural, afinal as pessoas não sabem como lidar com a ansiedade. Na maioria das vezes, as pessoas sofrem deste mal e nem se dão conta.

Se você passa ou conhece alguém que está passando por isso, saiba que você não está sozinho, a impulsividade faz parte do cotidiano de muitos.

Explicandode uma forma super simplista como lidar com a ansiedade e como ela toma conta de nós, é agir sem pensar nas consequências. É deixar com que as nossas emoções ganhem força e voz e, sem filtro algum, nosso lado racional sai literalmente atropelando uma decisão.

Considerando que nossas emoções são feitas para serem sentidas, não faz sentido elas tomarem conta de nossas atitudes. E isso acontece com muito mais frequência do que se possa imaginar. É um problema real e cada vez mais evidente em todas as áreas de nossas vidas.

Os problemas de não saber como lidar com a ansiedade

Agir sem pensar faz de nós reféns das emoções, mas viver em função e à mercê delas o tempo todo pode até parecer conveniente por um período. Entretanto, quando falamos a longo prazo, esta forma de agir conveniente começa a se tornar insustentável.

Para ficar mais compreensível, a pessoa que age por impulso tem uma predisposição em escolher um caminho cujo resultado seja instantâneo. Mas cuidado! Não estamos falando de macarrão, estamos falando de vida, o que pode nos acarretar alguns problemas.

Imaginemos um simples objetivo de ”estudar inglês” duas vezes por semana durante uma hora. A pessoa coloca este objetivo na agenda, reserva o horário e o dia, tudo planejado e organizado, certo? Não, errado! Porque não basta colocar na agenda.

O que acontece, na prática é que, ao primeiro problema a ser resolvido, seja no trabalho ou em casa, o impulsivo já perde o foco do inglês por uma situação momentânea do dia a dia. E lá se foi a agenda, horário e o aprendizado.

E sabe por que?

Porque são as emoções que comandam. E isso acontece de forma tão intensa que a maioria das pessoas nem se dá conta do que está acontecendo. Geralmente quem sente e percebe são as pessoas que estão em volta.

Assim, sem notar, você se torna uma pessoa “tarefeira”, cheia de tarefas a serem cumpridas. Passa o dia apagando incêndios, envolvida em milhares de ações que acredita que estão surtindo resultado mas que, na verdade, estão tendo efeito contrário pela forma como você lida com as pessoas.

Desta forma, você acaba criando ao seu redor um ambiente sensível, um ambiente de medo pelo modo explosivo e impulsivo de ser.

Como a ansiedade estimula este comportamento

Certamente, esta forma de agir se tornou tão corriqueira que você não percebe mais o quanto isso afeta a sua performance.

Agir sem pensar tolhe a possibilidade que você teria de parar para se observar por um minuto e buscar entender o que está havendo com você.

Como resultado, você não sabe mais o que é se permitir estar focada nas formas de como você agiria se parasse por apenas cinco segundos: o tempo de uma respiração profunda para analisar o que está acontecendo ao seu redor e agir racionalmente.

Os seus pensamentos estão tão acelerados e suas emoções tão latentes que, ao invés de resolver o que está a sua volta, este quadro só piora e o acúmulo de assuntos mal resolvidos só aumenta.

A ansiedade de resolver tudo e para todos te faz agir ainda mais por impulso,  traz a falsa ilusão que deu conta de tudo. Quando na verdade o que realmente acontece é você estar envolvido no dobro de trabalho sem entender muito bem como isso pode ter acontecido.

Assim, na grande maioria das vezes, o agir por impulso dilata o primeiro problema. Se você tivesse parado por uma respiração já não o teria mais, e teria estudado o inglês.

Como lidar com a ansiedade

E como sair de tudo isso, o primeiro movimento é  identificar quais são os gatilhos que te levam a agir desta forma. E eles podem variar de pessoa para pessoa, como por exemplo: em momentos de estresse, de raiva, de medo, de tomada de decisão, de relacionamento e assim por diante.

Outro movimento de extrema importância é o autoconhecimento. É preciso buscar identificar o que está por trás dessas atitudes. Entender o que você está procurando esconder atrás desta impulsividade. E, é claro, fazer o movimento de reconexão com você mesmo.

Ou seja, precisamos compreender de uma vez por todas que as emoções fazem parte de nós, mas deixá-las comandar nossas ações é outra coisa, e não o padrão que devemos seguir!

As consequências (a longo prazo) de agirmos pela emoção e não pela razão
As consequências que a impulsividade pode trazer para sua vida são várias, a começar pela ansiedade em vislumbrar o resultado desejado.

Além disso, nos deparamos com pensamentos acelerados que nos fazem tagarelar sem pensarmos no que estamos dizendo, nos levando a relacionamentos sempre conflitantes.

Como resultado, acabamos por compartilhar informações íntimas e muitas vezes comprometedoras que nos levam aos colapsos emocionais.

Sem falar na falta de foco, início de vários projetos e conclusão de nenhum. Ter muitas iniciativas, mas nada de “acabativas”.

E quais as sequelas de tudo isso? Destruímos completamente as prioridades e podemos até desenvolver compulsões (alimentares, compras, jogos etc.), podendo até mesmo nos levar ao extremo da automutilação.

Seja qual for o motivo que te leva a agir pela emoção e não pela razão, uma coisa é certa: esse comportamento está interferindo no seu autocontrole!

Determinar um tempo para se permitir uma análise cautelosa do que está acontecendo é crucial para mudar este ciclo.

Portanto, priorize a sua evolução, seja pelo período de uma respiração, por  uma hora, por uma semana, por um mês. Não importa! Priorize o que for necessário para que você saia de onde se encontra.

Cada situação exigirá de você a dedicação e o foco correspondentes à sua vontade de mudar, de ser diferente em relação à situação que você se encontra hoje. E isso não será uma jornada fácil, mas é totalmente possível!

Se depois de parar, respirar e analisar, achar que precisa de ajuda, está tudo certo! Não se frustre, busque ajuda profissional para obter clareza do que está havendo com você e saia dessa. Por mais difícil que pareça, encontrar seu verdadeiro modo de ser será a melhor sensação da sua vida!

Márcia Colombani Pavani