Método F.E.R.A. de Aprendizado Efetivo: Uma releitura sobre como aprender mais e melhor

O Método F.E.R.A. de Aprendizado Efetivo é um dos conceitos mais fascinantes, dentre tudo que estudei e pude condensar numa mesma abordagem. Ele expressa, dentre outras coisas, a relevância da “experiência” no processo de aprendizado. É a experiência (letra E do Método F.E.R.A.), em detrimento da mera explicação cognitiva, o que faz (sempre fez) a grande diferença para a aprendizagem efetiva.

No meu próprio processo de aprendizado, a busca pelo conhecimento sempre veio pelos meios mais clássicos. Em outras palavras, foram os livros lidos e as aulas formais, principalmente aquelas ministradas pelos professores inesquecíveis, que eram supervalorizadas. Em adição, é claro, ao estudo dedicado e a pesquisa extenuante.

Porque o processo de aprendizado é falho?

Mas não foi por estes mecanismos que as coisas realmente entraram na minha cabeça, e principalmente, nas minhas atitudes. Com certeza, o aprendizado mesmo, que transformou a minha rotina e minhas colheitas durante a vida, vieram somente depois de algo mais ter acontecido.

A este algo mais eu considero as “experiências”. As explicações cognitivas são apenas o início do processo de aprendizado, mas jamais pode-se dizer que bastam. São as experiências vivenciadas na prática que caracterizaram o aprendizado (ou o desaprendizado) propriamente dito.

Sem as experiências, o conhecimento é apenas armazenado e distribuído para outras pessoas. Como se fossem pseudo credenciais, mas não se traduz em nada. São puro desperdício. Em tese, o que vale não é o que você aprendeu, mas o que você fez com o que aprendeu (já disse isto em diversos outros artigos).

Onde e como, de fato, o aprendizado vira experiência aplicada? Sabe aquela listinha de fim de ano com diversos objetivos que não vira nada? É mais ou menos isto.

Foi com esta convicção que criamos um conteúdo a que chamamos de Método F.E.R.A.. Uma palavra que faz referência ao TIGRE (que faz parte do nome de nossa empresa), mas que traduz quatro fundamentos imprescindíveis para que as pessoas não se limitem apenas ao conhecimento cognitivo. São eles: F de Ferramentas / E de Experiências / R de Reflexão / A de Aplicação.

O que significa o “F” de Ferramentas?

Quais são as ferramentas para que o aprendizado inicie seu processo? Aquele aprendizado cognitivo a que me referi anteriormente. Essas ferramentas são, com certeza, um primeiro passo, um passo importantíssimo, mas apenas o primeiro passo.

A leitura é fascinante, eu a considero como uma das atividades mais prazerosas e importantes. A única capacidade que eu pediria a Deus para não me retirarem na velhice.

Mas eu lhe pergunto: qual a diferença entre uma pessoa que sabe ler, mas não lê, daquele que nunca tivera aprendido a ler? Nenhuma diferença não é!? Portanto saber ler e comprar livros não basta, é preciso ler mesmo, de verdade!

E quanto mais puder desenvolver a velocidade da leitura (clique aqui e saiba sua velocidade de leitura), melhor para você. Assista um vídeo (clique aqui) sobre alternativas e técnicas (incluindo a fotoleitura) sobre ler mais e melhor.

Outra ferramenta importante é o hábito de assistir aulas. Aulas de gente que esteja falando algo sobre um determinado tema que lhe seja útil ou importante. Perceba que não me referi a um tema que apenas lhe agrade, mas um tema que lhe seja útil ou importante.

Muitos apenas se dedicam a assistir aulas de assuntos que sejam do seu interesse. Mas negligenciam os temas que lhe seria útil ou relevante. Isto seria importante para ajudar em alguma circunstância do dia-a-dia ou mesmo para lidar com as tendências e desafios do mundo que se configura.

Ler e assistir aulas de maneira sistemática é o que caracteriza o hábito de estudar e pesquisar. Não importa o meio. Em síntese, é reconhecer e se submeter a estas duas ferramentas que vão dar estrutura para os demais fundamentos do Método F.E.R.A.

O que representa o “E” de Experiências?

São as experiências que realmente lavram o aprendizado. Sem elas, as ferramentas viram meros conhecimentos sem relevância. E que serão esquecidos em muito breve. Quantas vezes você estudou apenas para fazer “a prova” e nunca mais se lembrou de nada!

As ferramentas (leituras e assistir aulas), como disse, são apenas a iniciação do processo, mas nunca bastaram para configurar o aprendizado efetivo. Eu sempre tive o esforço de oferecer a meus alunos de graduação, mesmo na necessidade de ser avaliado por meio de provas, uma experiência lúdica. Experiências que fossem capazes de oferecer mais do que o mero aprendizado cognitivo.

Veja abaixo esta pequena explicação em vídeo, que eu fiz no EPICENTRO de 2020, sobre como eu fazia nas avaliações de meus alunos, uma experiência de aprendizado muito pitoresca e inovativa:

É da experiência, que envolve a emotização, que os pelinhos do corpo sobem, que os sinais vitais se alteram, que o “orgasmo intelectual” se apresenta. É neste momento que o aprendizado é “sentido”, de fato, e não apenas absorvido cognitivamente.

Eu posso lhe garantir: SENTIR o aprendizado é muito mais profundo que apenas ENTENDER alguma coisa.

Infelizmente a grande maioria das entidades de ensino focam no F (ferramentas) e pouco no E (experiências). Poucas são as universidades que entenderam este viés e redimensionaram sua proposta de valor a partir deste fundamento.

Um dos poucos exemplos desta alteração é o da LIVE UNIVERSITY que estruturou todos os seus cursos com foco na experiência. Sua premissa é que, em cada aula, sempre, haja algum tipo de experiência daquilo que foi abordado na aula. Um desafio complexo e polêmico, mas que esta universidade tem na sua proposta de valor. Com certeza um oásis no deserto!

O que significa o “R” de Reflexão?

Somente agora, depois de ter passado pelo F (ferramentas) e pelo E (experiências) é que existe base confiável para que a reflexão aconteça e que suas próprias conclusões venham a tona.

Reflexão somente após o F (leitura e aulas) é insuficiente porque o aprendizado ainda não foi incorporado às “vísceras do indivíduo”. O que só acontece após o E (experiências).

Reflexão apenas após o E (experiências) também é um grande risco, porque o aprendizado ainda é apenas uma emoção forte, mas sem base cognitiva, o que só acontece depois do F (leituras e aulas).

Refletir somente depois de vivenciar algo, faz do aprendizado um conceito volúvel demais para ser objeto de reflexão. Portanto, não recomendável.

Refletir é uma etapa imprescindível do aprendizado que se faz em solitude, ato totalmente executado sem qualquer pessoa como influenciadora. Esta reflexão é responsável por emergir as próprias conclusões individuais sobre diversas temáticas que se conectarão de forma inevitável.

É nesta etapa que as dúvidas poderão aparecer e as revisitações das etapas F e E serão muito valorizadas. Neste momento é que as convicções virão e sua própria definição virá a tona. É o momento em que a Consiliência se apresenta.

O que significa o “A” de Aplicação

Agora é o momento de tratar da aplicação dos resultados da reflexão. Não se trata de aplicar somente o que aprendeu (F) ou somente o que experimentou (E), mas de aplicar o substrato do que efetivamente refletiu (R), como decorrência de ter passado pelo F (ferramentas) e pelo E (experiências).

É o momento do que eu chamo de EXECUÇÃO. A disciplina em FAZER, NA PRÁTICA o que efetivamente aprendera como resultante das etapas anteriores. Ou seja, F (ferramentas), E (experiências) e R (reflexão).

De que adianta ter passado pelas 3 etapas anteriores e não aplicar, pelo menos em algum grau, o aprendizado adquirido? Por incrível que possa parecer, esta etapa é a menos comum de ser incorporada à rotina de qualquer aprendizado.

Valorizamos demais os símbolos. Os diplomas na parede, as formações, os títulos no Curriculum Vitae e/ou na Plataforma Lattes, e as inúmeras siglas que resumem credenciais antes de nossos nomes.

Mas infelizmente pouco colocamos os resultados advindos da aplicação de todo o conhecimento adquirido.

Quando aprendemos, de verdade, alguma coisa, o foco deveria ser a aplicação deste conhecimento. Mesmo que sob condições bem insanas! Veja um exemplo emocionante que eu vivi (gravado no Epicentro de 2018) que ilustra bem este fundamento:

Como ser F.E.R.A. pode transformar seus resultados

Eu sei o quanto praticar este fundamentos pode ser desafiador. Fizemos deste tema um dos episódios (#21) do AnOTaí! (assista abaixo);

Aplicar o Método F.E.R.A de Aprendizado Efetivo poderá transformá-lo, realmente, numa FERA em sua atividade profissional, nos debates em que participa, na autoridade que pretende se transformar. Uma grande oportunidade de criar seu próprio sistema de auto curadoria.