Comportamento empreendedor é mais importante do que ter emprego ou estar empregado

É isto mesmo! Comportamento empreendedor, especialmente no século XXI, é muito mais importante do que TER emprego ou ESTAR empregado.

Como tem defendido o influenciador digital Rick Chesther (veja este vídeo que fiz sobre ele), empreender é a palavra que ele aprendeu para substituir o “trabalhar por conta” ou ainda “rodar sua engrenagem”.

Primeiramente, porque empreendedorismo é um estado de SER, e o emprego é um estado de TER e/ou ESTAR. Você tem um emprego ou está empregado, mas empreendedorismo é um traço emocional, uma característica que você não apenas tem ou está, você é.

Estas são diferenças sutis, mas, acredite, fazem toda a diferença. Ser empreendedor não é uma circunstância que vem de nascença, não é apenas uma herança comportamental. Ela é o resultado de traços comportamentais que podem ser desenvolvidos, não apenas podem, mas devem.

O que é Comportamento Empreendedor

Ser empreendedor é normalmente confundido com ser empresário. São coisas distintas. Nem todo empresário é, necessariamente, empreendedor e nem todo empreendedor precisa virar empresário.

O que caracteriza um empreendedor é a sede pelo risco (e pelos seus benefícios). É a vontade genuína de estar no controle. É aquele que inicia algo novo. Um traço comportamental que viabiliza que uma pessoa que veja o que ninguém vê. Aquele que realiza proativamente, que sai da área do mero sonho de quem dorme. Aquele que acorda, lembra do sonho (ou da diretriz consentida) com desejo ardente, e parte para a ação.

Conheço diversos empresários que nem passa perto destas características. E conheço também diversas pessoas que trabalham em empresas de outras pessoas, mas que sua forma de atuar é completamente empreendedora.

É este comportamento empreendedor, com foco no protagonismo e na autonomia, que precisa ser desenvolvido mais e mais nas pessoas.

Infelizmente, nem sempre este comportamento é fomentado, pois a maioria das pessoas economicamente ativas ainda acham que seu caminho é um emprego estável e, quando possível, almejando cargos cada vez maiores na hierarquia clássica, que privilegiam muito mais o poder do que a ação empreendedora propriamente dita.

A limitação de estar “apenas” empregado

Muitas pessoas preferem o emprego do que a ação empreendedora por motivos justificáveis. Afinal de contas, estar empregado oferece menos risco (pelo menos visível) e permite uma sensação de maior estabilidade (que não é verdadeira).

Veja este vídeo que produzi falando sobre procurar emprego:

Esta foi a cultura perpassada pelos nossos ancestrais mais recentes. De que o emprego é o caminho mais seguro e assegurador de prosperidade possível.

Isto pode ter sido uma realidade no século passado, mas a partir das novas demandas do novo século, o comportamento empreendedor é a alternativa mais promissora. Desenvolve-la é, portanto, fator crítico de sucesso.

As pessoas se defendem com a alternativa do emprego alegando preferir o salário mensal assegurado (as vezes com algum bônus, por desempenho) além dos direitos trabalhistas assegurados a quem está sob o manto da CLT.

Ou alegam vantagens como: previdência social, férias, o famigerado décimo terceiro salário e o FGTS (Fundo de Garantia por tempo de Serviço). Sem contar os benefícios tais como: vale-refeição, vale transporte, convênio médico, convênio odontológico, convênio farmácia, convênio com academias, entre outros, mais ou menos relevantes.

O engodo do salário assegurado

Claro que parece mais confortável estar protegido por um contrato de trabalho que determina um salário mensal, devidamente consentido (mesmo que, as vezes, com uma sensação de inadequação), do que o risco da atividade eminentemente empreendedora.

O problema é que trata-se de uma sensação relativamente enganosa, pois este “acordo” vai cessar caso os resultados não sejam sustentados. A possibilidade da demissão é sempre iminente e será exercida de forma peremptória (embora tenha-se um custo para isto).

Um detalhe importante a ser considerado é que, se uma pessoa percebe, por exemplo R$ 1.000,00 mensais, ela custa para quem a paga (seu empregador) cerca de R$ 2.100,00 mensais.

Estes cerca de R$ 1.100,00 a mais são desembolsados pelo empregador, seja para pagar deveres trabalhistas ao estado ou simplesmente para reservar dinheiro para ser retirado mais tarde, pelo próprio empregado.

Um empreendedor com este senso comportamental desenvolvido, preferiria não estar sob o manto da CLT, e receber integralmente os R$ 2.100,00 mensais e decidir, com autonomia e protagonismo, o que fazer com todo o dinheiro.

O engodo do FGTS

Este pseudo direito, típico de quem está sob o manto da CLT, para mim, é um dos maiores “roubos” que se institucionalizou no mundo dos empregos formais. Não configura um direito, mas sim, aproveitar da ingenuidade das pessoas.

O FGTS é um recurso, em dinheiro, que o empregador é obrigado a recolher mensalmente, que representa um percentual do salário.

Este valor fica retido pela federação (estado) e só pode ser retirado quando de uma eventual demissão (pelo empregador), ou quando doença grave (cancer, por exemplo) for detectada, ou ainda para compra de um imóvel.

Este dinheiro do FGTS tem a pior rentabilidade do mundo. Nenhuma outra alternativa de aplicação é pior do que a rentabilidade do FGTS.

Ao empreendedor consciente, seria preferível receber este dinheiro a cada mês e fazer uso dele da forma que melhor ele mesmo decidir. Desenvolvendo a autonomia e o protagonismo.

Um dos argumentos para não se dar este recurso a pessoa, é que ele não sabe utilizar o mesmo de forma adequada. Se isto for verdade (as vezes até é mesmo), então que seja dada educação financeira, mas jamais fazer esta apropriação indevida deste dinheiro.

O estado acaba utilizando este recurso para financiar alguma política pública que, com certeza, gera mais benefícios a ele próprio (estado) do que a quem vai fazer a retirada do FGTS posteriormente.

O engodo do 13 Salário

Este é outro pseudo direito. Ganha-se um salário a mais por ano que é pago ao final do ano vigente. Outro “roubo” institucionalizado.

Em realidade, é o empregado que empresta este recurso, que é dele por direito, para que o empregador o reserve e o pague efetivamente ao final do período ou em alguma data devidamente acordada entre as partes (normalmente é pago em duas parcelas).

O empregador aplicando este recurso (com certeza assim o faz), o resultado desta aplicação não é repassado ao empregado. Portanto, este resultado da aplicação pelo dinheiro que não é do empregador, fica apropriado para ele, na minha opinião, de forma totalmente indevida. Embora totalmente legal.

O melhor seria que esta fração de 1/12 do salário da pessoa, que todo mês é guardado para ser pago em algum momento do ano, fosse pago ao empregado mensalmente. Isto para que ele decida o que fazer com o mesmo. Estimulando a autonomia e o protagonismo, típicos do empreendedor.

Como o comportamento empreendedor pode ser estimulado

Não basta revisitar a legislação trabalhista. Isto até tem sido feito, com evoluções importantes, mas muito pouco trabalhadas sob o ponto de vista de sua compreensão. É preciso mudar o Modelo Mental da sociedade brasileira.

É importante desenvolver a autonomia e o protagonismo da população que, historicamente, está alienada a um estado que se diz protetor, mas que faz de tudo, menos proteger. A Mudança Cultural é iminente.

O simples fato de falar mal do Salário, do FGTS e do 13 Salário, já gera comentários de ataques que alegam que o defensor do empreendedorismo é um capitalista insensível às questões sociais.

Pelo contrário. Estimular o comportamento empreendedor, que valoriza a autonomia e o protagonismo, é empoderar a população para tomar conta integral de seu dinheiro e fazer dele o que bem quiser.

Ao empreendedor cabe a remuneração pelo trabalho realizado e parte do lucro auferido, que nada mais é do que o benefício pelo risco da atividade empreendedora.

Quanto maior o risco, maior o retorno (lucro merecido). É isto que o empreendedor vai querer, nada mais e nada menos do que o rateio do lucro que ele ajudou a construir.

Seja como empresário de sua própria empresa, seja como parte da equipe de uma empresa de outra pessoa. Independentemente do vínculo, o comportamento empreendedor será imprescindível no século XXI.

No episódio #20 do nosso programa semanal sobre Comportamento Humano e Cultura Organizacional AnOTaí! (clique aqui e assista) falamos especificamente sobre Por que o Empreendedorismo é a principal solução que você precisa considerar para viver bem no século XXI.