O que é Modelo Mental e porque ele precisa ser mudado

Uma das palavras mais citadas hoje em dia é Modelo Mental, também conhecida com o termo Mindset. Trata-se de uma das abordagens mais importantes na nova realidade mundial. Este é o objetivo deste artigo.

Poderíamos dizer que Modelo Mental é o filtro de interpretação de mundo que cada pessoa tem. Isto porque este filtro é o responsável por todas as conclusões que tiramos das circunstâncias a que somos submetidos.

Se eu falar ou escrever para 100 pessoas ao mesmo tempo, de forma a assegurar um conteúdo absolutamente idêntico, as interpretações e conclusões de cada uma daquelas pessoas será diferente. Isto se dá devido ao Modelo Mental vigente em cada ser humano.

Trata-se então de um ato inglório qualquer intenção no processo de comunicação, uma vez que o mesmo conteúdo será, inevitavelmente, interpretado diferentemente pela audiência a partir de um filtro (modelo mental) do qual o emissor da mensagem nunca controlará.

Diferença entre “prestar atenção” e “julgar”

Se você acha que está prestando atenção neste texto, devo informar que está errado. O que fazemos quando acessamos algum conteúdo, seja ele qual for e por quaisquer meios, o que fazemos é julgar cada pedaço do conteúdo. Quase somos incapazes de apenas prestar atenção.

Nosso cérebro, involuntariamente, acaba separando tudo que acessa em dois balaios. O balaio de coisas legais, das quais concorda e valoriza, e o balaio de coisas não legais, das quais discorda ou desvaloriza.

Ao final deste artigo, se o balaio das coisas legais estiver mais cheio, você terá gostado dele a ponto de o compartilhar com seus relacionamentos. Mas, se o balaio das coisas não legais estiver mais cheio, este artigo não será tão recomendável assim.

O que faz você fazer estas separações em balaios diferentes, não é conteúdo em si, mas sim seu Modelo Mental. Em outras palavras, é o Modelo Mental que submete o conteúdo a uma referência pré existente em nosso cérebro e interpreta onde deve ser armazenado, em algum balaio que tem algum significado.

Se é assim que funciona, então não estamos prestando atenção de forma genuína. Se estivéssemos simplesmente prestando atenção, não teríamos a necessidade de concluir onde armazenar o conteúdo acessado. Mas isso não é possível!

Como temos um determinado Modelo Mental vigente, desde muito pequeno (vou explicar mais adiante como ele se estabelece), por mais reflexão que façamos, estamos o tempo todo submissos a este Modelo Mental e, a partir dele, julgando o que acessamos porque precisamos decidir onde armazenar aquele conteúdo.

Como o Modelo Mental é estabelecido?

Sabe-se hoje que o homem detém de mais de 100 bilhões de neurônios e a mulher tenha cerca de 20% a menos de neurônios.  Mas fiquem tranquilas as mulheres, nem se sintam diminuídas por esta constatação.

A quantidade de neurônios não define a inteligência de uma pessoa. A quantidade de neurônios são responsáveis pela construção de características físicas de um indivíduo de uma espécie.

Ou seja, mais neurônios representa mais força e mais músculos (fisiologia masculina), menos neurônios representa menos força e menos músculos (fisiologia feminina). Sabendo-se disto, é possível identificar a gene sexual de um indivíduo apenas pela quantidade de neurônios existentes.

Entretanto, apenas com esta informação não se pode identificar a orientação sexual do mesmo indivíduo, pois esta orientação dependerá do Modelo Mental que foi configurado a partir das sinapses que foram feitas entre os neurônios.

O Modelo Mental é estabelecido a partir destas conexões sinápticas entre os neurônios que existem em nosso cérebro. As sinapses nada mais são do que um terminal axônico de um neurônio aproximar-se eletromagneticamente a um terminal dendrítico de outro neurônio, a ponto desta aproximação viabilizar a existência de circuitos elétricos entre a rede neural do indivíduo.

Quando as sinapses, que caracterizam o Modelo Mental, se fizeram?

O que define nosso filtro de mundo são estes circuitos formados pelas incontáveis sinapses. Estas sinapses são constituídas na seguinte cronologia temporal:

  • 40% a 50% delas acontecem no momento em que o sistema nervoso central de um feto está consolidado, ou seja entre a semana 8 e a semana 12 da gestação;
  • 70% delas acontece até o momento do nascimento, ou seja, entre 20% a 30% das sinapses acontecem nos últimos 6 meses de gestação, preponderantemente por conta do que a mamãe sente neste período;
  • 85% delas acontece até um ano de idade, ou seja, cerca de 15% das sinapses acontecem durante o primeiro de vida de uma criança a partir da influência da ambiência ao seu redor, preponderantemente a família;
  • 98,5% delas acontece até os 7 a 8 anos de idade , ou seja, cerca de 13,5% das sinapses acontecem entre 1 a 8 anos de uma criança, a partir da influência da ambiência ao seu redor, que agora extrapola a família;

Estas percentagens deflagram uma constatação intrigante. Isto porque 98,5% da nossa forma de interpretação do mundo, de nosso Modelo Mental, foi constituído até os 7 ou 8 anos de idade. Tudo aconteceu apesar de nossa vontade, e não por causa dela, pois ainda éramos muito jovens.

Todo o restante de nossa vida será responsável apenas por 1,5% de novas conexões sinápticas. Uma nova descoberta chamada neurogênese pode criar cerca de 1,5% de novos neurônios, especialmente na região do hipotálamo. Mas, com certeza, ainda irrelevante para alterar o Modelo Mental vigente constituído na infância.

Não existe realidade, somente percepção

A partir da constatação acima, fica fácil compreender que somos mais reféns de nosso Modelo Mental do que protagonistas dele. Seria mais correto dizer que nossas crenças nos tem, do que nós temos a nossa crença. A crença parece ser a proprietária e nós a propriedade.

As descobertas neurocientíficas sobre as sinapses elicitaram uma pergunta avassaladora:

Existe mesmo o live arbítrio?!

E a resposta foi óbvia. Nunca existiu, não existe e nunca existirá livre arbítrio. A pseudo impressão de que decidimos as coisas, é sempre submissa ao Modelo Mental vigente, que foi consolidado (em 98,5%) na infância.

Pesquisei um pouco nos originais da própria sagrada escritura cristã, e constatei que o que lá estabelece é a existência do direito de exercer o arbítrio (capacidade de julgamento, de decidir por si mesmo) ao ser humano, mas não se encontra a palavra específica dizendo que o arbítrio é livre. Ele não é!

Sabendo-se disto, outra afirmação não foi difícil de ser estabelecida pelos mesmos neurocientistas:

Não existe realidade, somente percepção!

Esta frase requer um detalhamento. Se nossa interpretação de qualquer estímulo (conteúdo) é submisso ao Modelo Mental vigente, então toda realidade é questionável.

Melhor seria rotular a minha realidade (minha verdade) como minha forma de perceber a realidade, o que pode ser imperfeita, dada a potencialidade de limitação de meu Modelo Mental vigente.

O desafio do século XXI

Não nos basta mais aprender e aplicar pedagogia (como ensinar crianças), andragogia (como ensinar adultos) ou mesmo heutagogia (como aprender sozinho) para gerar compreensão das coisas. Todo conteúdo informacional será sempre submisso ao Modelo mental do indivíduo e, portanto, toda compreensão está refém desta “cela”.

O desafio será então não apenas ensinar (por quaisquer técnicas disponíveis), mas submeter o mesmo conhecimento antes e depois de uma mudança do Modelo Mental.

É a mudança do Modelo Mental das pessoas que constitui o grande desafio do Século XXI. Temos que mudar o filtro de mundo e não exigir que as pessoas compreendam as coisas novas a partir do filtro antigo. Se não empreendermos esforços para mudar este filtro de mundo, nada de fato será eficaz nem efetivo.

Seria como se déssemos um livro para uma pessoa ler hoje. Depois de ler e feita as capitalizações de compreensão, desenvolvêssemos algum esforço para mudar as cognições sinápticas, constituindo um novo Modelo Mental.

Feito isto ofereceríamos o mesmo livro para que a mesma pessoa o leia, novamente, e agora  presenciaríamos uma capitalização de compreensão completamente diferente daquela de outrora.

Reflita você leitor e pense em que ano era quando você tinha 7 a 8 anos de idade? Observe que seu Modelo Mental é submisso ao período que viveu até aquela época. É este filtro que precisa ser alterado, sob pena de sofrer demais no mundo que se configura a nossa frente.

Como mudar o Modelo Mental vigente

A Olho de Tigre, consciente desta eminente necessidade de mudança de Modelos Mentais, se especializou em técnicas, com base científica e alinhadas a Medicina Comportamental, que tem o poder de ajudar no seu processo individual de reorganização sináptica.

Das diversas técnicas disponíveis utilizamos a que se denomina de Inundação Emocional. Uma abordagem que se utiliza de diversas outras técnicas (todas abordadas em nosso OT SCIENCE) e que se caracteriza por um método integrado que existe desde 1999.

Conheça com cuidado e profundidade nossa essência e constate que não somos uma empresa que dá treinamentos comportamentais somente. Somos comprometidos com uma nova forma, mais saudável e plena, de compreender o mundo novo que nos assola.

Mais isto é um tema para outro artigo. Este já ficou extenso demais. Veja abaixo um vídeo que eu fiz resumindo tudo que abordamos neste artigo: