Lições comportamentais do filme TOP GUN MAVERICK
Para quem ainda não assistiu a continuação do filme TOP GUN – ASES INDOMÁVEIS (produzido em 1986), este artigo é dedicado a comentar sobre lições comportamentais do filme TOP GUN: MAVERICK que foi lançado recentemente nos cinemas.
Além de ser um tributo ao filme anterior, ele propõe uma reflexão importante acerca da insubstituibilidade do ser humano por máquinas e pela tecnologia de ponta.
Sem dar spoiler do filme, o que vamos fazer aqui é colocar uma lupa em Lições que valem a pena serem alvo de reflexões. Lições estas que nos ensinam muito sobre as questões mais comportamentais e que questionam a cultura de comando e controle. Culturas tão vigentes ainda em diversas estruturas corporativas.
O contexto do filme é de uma missão quase impossível da aeronáutica norte-americana (parafraseando a outra saga de filmes do ator Tom Cruise). A missão é de destruir uma base nuclear russa, cuja localidade é protegida por armas de disparo automático super sensíveis a aproximação de quaisquer invasores do espaço aéreo da mesma.
Para tal missão é trazido o então Capitão Pete “Maverick” Mitchell (interpretado desde a primeira versão por Tom Cruise) que, como piloto exímio de aviões caças, acabara de realizar um teste de velocidade que supera Mach 10 (12.250,44 Km/hr).
Lição Comportamental 1: A questão da padronização operacional engessando o talento
A primeira questão que remete as lições comportamentais do filme TOP GUN MAVERICK é que tal teste de velocidade fora realizado contra a vontade de seu comandante. Isto por que o Capitão Pete Mitchell desobedece uma ordem direta de fazer o teste, cuja hierarquia maior está convencida de que tal superação seria feita por aeronaves não tripuladas, uma vez que o piloto não faria mais tanta diferença para tal feito.
Esta subversão à hierarquia é uma marca do personagem de Tom Cruise desde o primeiro filme. Entretanto, nada será mais necessário para que o desenrolar do filme se estabeleça. O que será descoberto somente depois, uma vez que somente este “desobedecimento responsável” é que viabilizará toda a proposta do filme.
O grande problema é que Pete Mitchell não fora designado para pilotar os aviões caça, dada a sua característica subversiva, mas em treinar os TOP GUNS do momento em realizar a missão quase impossível.
Embora não seja o seu talento ensinar, ele aceita a designação e faz sua primeira aparição com uma abordagem que justifica este primeiro dilema. Ele é apresentado pelo seu superior e entra no espaço de instrução carregando o MANUAL DE OPERAÇÃO daquelas aeronaves caça.
Alega que todos os pilotos ali presentes devem conhecer a íntegra do referido MANUAL (livro denso com muitas páginas), mas em seguida joga o mesmo MANUAL no lixo e profere a frase dilemática:
O grande problema é que os inimigos também conhecem o referido MANUAL com profundidade. O que vai fazer a diferença para cumprir a missão quase impossível é a capacidade dos pilotos em fazer a diferença. Será uma missão de talento e não de tecnologia!
Esta frase será aprofundada durante todo o filme, mas já expressa uma certa desvalorização da padronização em detrimento ao talento individual que não se consegue padronizar.
Lição Comportamental 2: A estratégia adotada que desafia o que nunca fora feito
A estratégia engendrada pelo instrutor Pete Mitchell para cumprir a missão de destruir a base nuclear russa remete a execução de dois “milagres” (assim que os chamam) que precisarão acontecer. E todo o treinamento circunscreve esta preparação para realizar os dois referidos milagres.
Esta se refere a outras das lições comportamentais do filme TOP GUN MAVERICK.
Para não dar spoiler não vou dar detalhes do que acontece a partir daí. Portanto, você, depois de ler este artigo, não vai perder o encanto de assistir o filme. Pode assistir que vais gostar, e muito.
O que quero ressaltar aqui é o quanto uma missão ousada, só será impossível até que alguém a realize. E para realizá-la, de fato, não basta usar a Psicologia Positiva (cuja abordagem temos várias críticas) com encorajamentos irresponsáveis, nada conexos a uma estratégia clara.
Será necessário muito mais que a motivação de gurus ou de cursos rápidos de coaching de massa. Em outras palavras, será necessário uma recontextualização de atitudes que refletem uma mudança de modelos mentais e de treinamento diário. Incluindo punições morais para os erros que forem cometidos durante a jornada.
Fazer o que nunca fora feito requer subverter muitas coisas e pagar preços que nem sempre estamos dispostos a pagar. Assistir ao filme é uma alento a esta premissa e presta um serviço importantíssimo a pessoas que precisam cumprir missões ousadas. Por outro lado, mesmo que não aconteçam, ensinam mais pela jornada do que pelas conquistas.
Lição Comportamental 3: O passado precisa do autoperdão
Como o filme retrata a continuação do filme de 1986, é quase uma retórica clichê cinematográfica de sucesso de aproveitar de problemas antigos para criar um cenário interessante de se assistir. E isto acontece no filme de forma muito bonita e até didática.
Existem várias circunstâncias do passado que, se não resolvidas, atrapalham a construção de um futuro próspero e cheio de significado. Fizemos até um vídeo sobre a importância do autoperdão (assista abaixo):
O filme retrata 3 aspectos onde a reflexão sobre o passado e a recontextualização e a ressignificação de autoperdão trazem um redimensionamento importantíssimo para continuar a vida de forma mais orientada a plenitude.
O desafio é assistir ao filme e descobrir estes 3 aspectos sutis onde o autoperdão é abordado.
Lição Comportamental 4: A importância de desenvolver senso de equipe (time)
Neste filme cada piloto está sozinho na aeronave caça, diferentemente do primeiro filme onde a aeronave mais antiga exigia dois pilotos. Isto demonstra o senso de trabalho coordenado e sincrônico, típico de uma equipe que se gosta e se respeita, é fundamental.
Incrível como nesta nova versão, este senso de equipe é trabalhado. Impressionante como um único filme conseguiu dar tantos ensinamentos úteis para o mundo corporativo. Os criadores do filme realmente estão de parabéns!
Este fundamento é outra evidência de que aeronaves não tripuladas, conduzidas pela tecnologia, jamais substituirão este senso de equipe. Novamente a aposta do Capitão Pete Mitchell (capacete escrito Maverick) se demonstra altamente relevante para desenvolver um legado de propósito massivo e inspirador.
Lição Comportamental 5: A importância de cuidar do corpo e da mente
Um fato que merece destaque é que o tempo parece não ter passado para o ator Tom Cruise. Impressionante que, depois de 36 anos do primeiro filme, o mesmo esteja com uma situação corporal igual ou melhor do que em 1986. Sua performance física é de dar inveja aos demais atores, muito mais jovens que ele.
O ator é reconhecido como não precisar de dublês, fazendo as cenas mais complexas e arriscadas (em todos os filmes que protagoniza). Portanto é visível o cuidado do mesmo com a saúde e com a estrutura física.
Tom Cruise também em sido considerado um dos ícones seguidores da Cientologia, pseudo ciência que segue os fundamentos da Dianética (tema tratado numa das aulas de nosso curso OT SCIENCE).
Atualmente é questionado sua participação nesta igreja. Entretanto, fica claro sua preocupação em desenvolver sua plenitude, denominada pela Dianética como estado de CLEAR.
O filme é incrível, um dos melhores que eu assisti nos últimos anos. Sugiro que reserve um tempo para se abeberar deste aprendizado e observe as lições destacadas neste artigo e assista ao filme sob estas perspectivas. Bom proveito!