Leitura efetiva é uma necessidade para o autodidatismo e para não ser superficial
O artigo de hoje é sobre o quanto a Leitura Efetiva pode ser decisiva para minimizar a superficialidade, tão comum nos “gurus” de plantão. Outro foco dele é viabilizar o autodidatismo de forma mais estruturada, também conhecido como Heutagogia.
Em realidade, queremos ajudar as pessoas a saírem da superficialidade natural das abordagens das mídias sociais e adentrarem no aprofundamento das temáticas das quais se tenha algum interesse.
Claro que aprofundar-se num tema de interesse requer muito mais que a mera leitura efetiva. Já abordamos em outro artigo que o aprendizado efetivo tem 4 etapas que chamamos de Método FERA (ferramentas, experiência, reflexão e aplicação).
A partir deste método, sua primeira etapa, que chamamos de ferramentas, consiste no contato inicial com determinado conhecimento. Esta iniciação se dá por meio da leitura efetiva de algum texto ou livro, ou por meio de algum tipo de submissão a alguma aula ou coisa assemelhada. Nosso foco agora será somente sobre a leitura efetiva.
O que é Leitura Efetiva
O conceito de leitura efetiva é muito mais amplo do que a leitura eficiente ou mesmo a leitura eficaz.
Considera-se leitura eficiente aquela leitura que se aprende no início da jornada escolar. Compreende a capacidade de juntar sílabas e compreender as palavras ou determinadas expressões menores.
A leitura eficaz pressupõe uma evolução da leitura eficiente, requer a compreensão de textos mais longos, e até o que nem sempre está escrito, mas está presente nas entrelinhas do texto. A leitura eficaz envolve a interpretação de um texto.
A Leitura Efetiva consiste não apenas na capacidade de ler de forma eficiente e de compreender os textos maiores com eficácia. Mas de fazer isto com o máximo de rapidez possível, com 100% de retenção (sem esquecer depois) e 100% de compreensão do texto.
Cerca de 93,2% da população brasileira saíram da zona do analfabetismo, ou seja, sabem ler, pelo menos, eficientemente. O restante, cerca de 6,8% ainda sequer sabe ler. Saber ler de forma eficaz, com certeza, tem representatividade bem menor (não se sabe o percentual).
A Market Research World publicou que o país que encabeça o hábito de ler é a Índia, que ocupa essa distinção desde 2005. Os indianos dedicam, em média, 10 horas e 42 minutos semanais para ler. Os seguintes três postos também são ocupados por países da Ásia: Tailândia, China e Filipinas.
Na América Latina, o país mais leitor é a Venezuela, no 14º lugar. Depois vem Argentina (18º), México (25º) e Brasil (27º) com médias de leitura que rondam menos da metade de tempo que dedicam na Índia. Poxa, lemos menos que a Argentina!
Para reparar esta realidade, existem duas alternativas que eu aprendi, ao longo de minha jornada heutagógica, que me ajudaram demais na leitura efetiva. Quero compartilha-las com você.
Leitura rápida ou leitura dinâmica
A crença secular é que se lermos rapidamente perdemos a capacidade de compreender e reter o que se está sendo lido. Esta percepção pode ser verdade, entretanto existem diversas técnicas que ajudam a aumentar a velocidade de leitura com maximização da compreensão e retenção do conteúdo.
Qualquer curso que você possa pagar ou qualquer livro que lhe forneça técnicas de exercícios de saltos visuais (e que você os faça com determinação e compromisso) lhe ajudará em aumentar de forma significativa sua velocidade de leitura. E isto melhorando, e não o contrário, sua retenção e compreensão do texto lido.
Todos nós, quando lemos uma placa na estrada, já estamos fazendo leitura rápida ou dinâmica. Esta placa não é lida juntando-se as letras como normalmente aprendemos. Batemos o olho e já entendemos o significado. É isto que temos que aprender a fazer quando lemos um livro.
A média de velocidade das pessoas que leem regularmente é entre 200 a 250 PPM (palavras por minuto). A grande maioria das pessoas que apenas sabem ler, de forma meramente eficiente, tem velocidade bem inferior a isto. Se considerarmos o requisito retenção e compreensão, a velocidade abaixa de forma expressiva.
Se tiver curiosidade de saber sua velocidade de leitura (em PPM), clique neste link e baixe um arquivo com orientações para descobri-la. Vale a pena saber e começar sua jornada de leitura mais rápida.
Já vi pessoas que tem velocidade de até 3.000 PPM, mas são pessoas fora da curva e caracterizam uma exceção muito rara e não uma regra abundante. Aumentar duas ou três vezes a velocidade média de 200 a 250 PPM já estaria de bom tamanho.
Fotoleitura ou Leitura 4.0
Uma outra forma de ler, talvez nem seja considerado leitura da forma clássica, é o que denomina-se Fotoleitura. Trata-se de uma revolução no que tange a leitura ou a forma de absorver conhecimento escrito.
Nesta metodologia, não mais queremos melhorar a velocidade somente, mas transformar a forma de reter e compreender o conhecimento disponível por meio da escrita.
A Fotoleitura é uma técnica desenvolvida por Paul R. Scheele, da qual fui capacitado pelo Prof. Huáras Duarte (credenciado pelo autor para atuar no Brasil). Outros autores também contribuíram com esta técnica, tais como Colin Rose e Lou Russell.
A premissa da Fotoleitura é que, primeiramente, se reconheça que existe uma possibilidade de conexão mental com os autores do livro a ser lido, utilizando o cérebro do fotoleitor como uma antena.
Esta premissa chama-se MASTER-MIND e é uma das leis tratadas em meu livro AS 30 LEIS DO OLHO DE TIGRE (veja o artigo publicado no Linkedin sobre esta lei, a lei número 8 do livro).
A partir de reconhecer esta possibilidade, portanto ter fé nesta premissa, o método consiste num trabalho de concentração para, seguindo os passos sugeridos por Paul R. Scheele, folhear as páginas do livro escolhido, sem focar na leitura propriamente dita (com os olhos desfocados ou mesmo fechados, de preferência com o livro invertido), de forma que a cada varredura se tenha um objetivo definido com a mesma.
A simples varredura, a partir de um ritual sugerido pelo autor, já será suficiente para o cérebro do indivíduo reter o conhecimento conexo ao objetivo declarado. A partir daí, uma série de técnicas são sugeridas para ativar o conhecimento armazenado para o nível da consciência do fotoleitor.
Minha experiência com a leitura rápida e com a fotoleitura
Eu me dedico a velocidade de leitura desde muito tempo e já fiz diversos cursos de leitura rápida além de ter lido muitos livros também sobre o tema. Hoje tenho uma velocidade de leitura de 800 a 900 PPM, com 100% de retenção e de compreensão do conteúdo lido. Esta realidade fez, e ainda faz, muita diferença em minha vida profissional e até pessoal.
A perspectiva da fotoleitura alterou de forma definitiva minha forma de absorver conhecimento. Se eu tenho uma diferença relevante em relação a meus competidores e colegas de profissão, com certeza é ter desenvolvido esta habilidade de fotoler.
Eu aprendo tudo com uma velocidade acima do normal, não apenas por ler mais rápido (isto ajuda muito), mas por transformar a fotoleitura num hábito na minha rotina heutagógica.
Minha rotina de aprendizado mudou drasticamente a partir do domínio da fotoleitura e da leitura rápida.
Eu fotoleio tudo que preciso e que é publicado. Principalmente daquilo que é conexo as minhas áreas de atuação (as vezes na própria livraria, sem pagar nada). Leio rapidamente o que é interessante e mais relevante e denso sob o ponto de vista do lastro acadêmico e científico. E somente estudo (leio tradicionalmente, com calma e sem preocupação com a velocidade) o que me é mais vital ainda.
Minha ordem de aprendizado foi completamente invertida e isto mudou de forma substancial minha capacidade de fazer o Método FERA (experimentar, refletir e aplicar o que aprendi). Isto porque eu gosto ainda de ler da forma tradicional, porque fotoler não atende as expectativas de um leitor contumaz como eu.
Como nós podemos te ajudar na jornada da Leitura Efetiva
Já faz algum tempo que eu produzi um vídeo falando sobre a importância de ler de uma forma diferenciada, com foco na leitura efetiva. Veja abaixo este vídeo:
No nosso curso on-line OT SCIENCE, na videoaula do módulo 10 especificamente, eu falo mais detalhadamente sobre a Leitura Efetiva e das duas técnicas citadas acima.
Nesta aula 10 ensino técnicas para leitura rápida, inclusive disponibilizando para os alunos um material (PDF) bem importante e denso para exercitar e aumentar a velocidade de leitura do aluno.
Na mesma aula 10, eu também falo mais desta técnica de fotoleitura e até forneço alguns formulários que eu mesmo utilizei no meu começo do ritual. Estes formulários me ajudaram muito na aplicação da técnica de Paul R. Scheele.
Parece loucura não é mesmo?! Mas posso lhe assegurar que funciona e muito.
Te vejo no OT SCIENCE hein! Até o próximo artigo.