Como lidar melhor com as críticas e com o antagonismo a seu jeito de pensar e de agir

Existe uma coisa que sempre fez parte da minha vida. Desde que comecei a estudar e, depois, a trabalhar, tive que lidar com críticas e antagonismo em relação a minha forma de pensar e agir. Afinal quem não passou por isto, não é!

Confesso que durante um bom tempo, as críticas dirigidas a mim me incomodavam bastante e me causavam grande desconforto e mal estar. O mesmo acontecia em relação àquelas pessoas que tinham pensamentos e atitudes antagônicas as minhas.

Mas muito cedo também comecei a compreender que elas fariam parte da minha vida de forma bastante expressiva. Aprendi rápido que, posicionar-me de forma alinhada a minha forma de pensar e de agir, me colocaria em ambiências onde a crítica e o antagonismo seriam muito mais frequentes do que eu estava preparado.

As alternativas seriam duas:

  1. ou me preparava para me tornar resiliente as críticas e aos antagonistas de plantão;
  2. ou me sabotava a cada jornada de compreensão sobre o assunto do momento guardando cada aprendizado somente para mim mesmo.

Como não sabia qual alternativa seguir, resolvi estudar mais o assunto e compreender os componentes de uma crítica e os fundamentos da palavra antagonismo.

Quais os componentes de uma crítica?

De acordo com o “Aurélio” (dicionário), a palavra crítica representa um substantivo feminino que expressa uma análise ou avaliação de alguma coisa. Consiste na ação de julgar, censurar ou condenar algo ou alguém. Ela pode acontecer de forma discreta, secreta ou explícita.

A Análise pura e simples é o sistema interno que permite que uma pessoa interprete algo ou alguém a partir de uma premissa que faça parte de seu próprio modelo mental. Em síntese, uma análise serve mais para que o analista tome alguma decisão, a partir da referida análise. Entretanto, não precisa ser necessariamente compartilhada com o analisado. É portanto uma postura mais discreta ou até mesmo secreta para o analisado.

A Avaliação, em contrapartida, consiste num sistema mais aberto e que pressupõe a retroalimentação (feedback) dos resultados da avaliação a quem está sendo avaliado. Também é submisso a um sistema interno de interpretação pessoal, mas contém um caráter mais explícito e público. Espera-se que, após uma avaliação, que o avaliado é que tome alguma decisão atitudinal a partir de alguma reflexão perante a mesma.

Uma crítica é, portanto, o resultado de algum tipo de análise (que você sequer saberá, mas que acontece sempre, acredite) ou de avaliação (que com certeza lhe será dita, porque foi feita para você saber, refletir e, eventualmente, gerar mudanças). A crítica sempre existe, quer você saiba ou não de seu conteúdo.

O problema não são as críticas chamadas de positivas. São aquelas críticas antagônicas a sua forma de pensar e de agir, que chegam explicitamente a nós e que nos fazem sofrer. São estas (avaliações) que nos tiram no eixo. Imagine se todas as análises antagônicas lhe chegassem também!?

Será que teríamos preparo para processar tudo isto?

Qual o pressuposto do antagonismo?

Observando o mesmo dicionário, antagonismo representa o estado de oposição entre pensamentos e ações de uma pessoa ou sistema em relação a outra. Uma incompatibilidade, divergência, contrariedade, hostilidade, inimizade, antipatia, emulação, conflito, embate, choque em relação ao que uma pessoa pensa explicitamente ou age.

Portanto, para que haja antagonismo é necessário que haja explicitação de algum tipo de pensamento ou atitude. Sem a explicitação de algo, não existe ambiência para a manifestação do antagonismo. Há até a oportunidade para a crítica (analítica ou avaliativa), mesmo que seja para alguém omisso de manifestar-se. Mas o antagonismo exige a explicitação de alguma posição em relação a algo.

Portanto, àqueles que escolheram posicionar-se na vida, em alinhamento ao que pensa ou age, será inexoravelmente alvo de antagonismo, pois a munição necessária para sua manifestação foi fornecida. Sempre haverá aquele que discorda de seu pensamento ou atitude, seria ingênuo e prejudicial a humanidade acreditar em qualquer tipo de unanimidade.

Como fazer em relação a uma crítica recebida

Posto os conceitos acima, a primeira coisa que você precisa compreender é que crítica é crítica, e ponto.

Não existe crítica “construtiva” nem tampouco existe a crítica “destrutiva”. Existe somente a crítica conhecida (resultado de uma avaliação) e a crítica desconhecida (resultado de uma análise).

A crítica que expressa um antagonismo, como você já aprendeu, trata-se de uma avaliação explícita oposta ao que determinada pessoa representa. Seja em relação a um pensamento verbalizado ou uma atitude que tenha sido testemunhada por alguém.

O caráter de uma crítica antagônica ser construtiva ou ser destrutiva não é de responsabilidade do emissor da mesma, mas de quem a recebe. É do receptor a responsabilidade de, após uma reflexão, considera-la como pertinente ou não.

Se for considerada pertinente pelo receptor, será alvo de mudanças atitudinais em si mesmo. Entretanto, se for considerado não pertinente ou demasiada invasora as premissas daquele indivíduo, então não será alvo de nada e deve ser simplesmente abandonada, sem gerar qualquer sofrimento.

Aprender a lidar com críticas, especialmente as antagônicas, é um recurso poderosíssimo para uma vida plena e repleta de significado. Mas você pode estar se perguntando:

Será que não seria possível evitar uma crítica antagônica?

A decisão de ser quem você é!

Uma das dádivas mais significativas na vida de uma pessoa é ela ter a liberdade de ser quem realmente é. É incrível poder manifestar explicitamente o que pensa e agir exatamente como interpretar ser o correto.

Só há um limite para tanto: não invadir a liberdade do outro também ser quem ele é. Respeitada esta premissa, vale tudo!

Hoje em dia vejo pessoas abrindo mão de serem quem são, e sonhando o sonho dos outros. Em outras palavras, as pessoas estão abrindo mão de assumirem suas convicções vivendo um mundo de aparências, protegendo-se num esconderijo eterno apenas para não ser retaliado.

Assumir publicamente seus pensamentos e atitudes é uma libertação fundamental para uma vida plena. Requer muita coragem e bravura, mas vale a pena!

Ser o ovelha-negra em algum assunto é cada vez mais fácil. Eu tenho representando este papel em assuntos relativos a primazia da gestão e em relação a comportamento humano e cultura organizacional desde muito tempo. Eu não me envergonho em nada do que eu represento.

Assumi que explicitar o SER QUEM SOU promove o engajamento dos que compartilham das mesmas premissas, mas também promove o antagonismo explícito de quem representa o oposto. E isto é bom, muito bom mesmo, pois separa o joio do trigo.

Sempre haverá uma multidão de gente com quem concordará com a maioria de suas premissas e que estarão conectadas com o seu SER original. Seu papel é encontrar-se com estas pessoas e permitir engajar-se com eles e elas, sem sentir vergonha do que é ou do que representa. Sem medo das críticas antagônicas. Tratando-as com reflexão, quando forem pertinentes, ou com desprezo, quando não forem.

Como a Olho de Tigre pode lhe ajudar

É isso que desenvolvemos desde 1999 quando fundamos, eu e a Márcia Colombani Pavani, a Olho de Tigre. Ajudamos as pessoas a descobrirem a sua essência, seus talentos, suas limitações e seus limites.

A descobrirem e assumirem a SER QUEM REALMENTE SÃO, com todas as vantagens e desvantagens. Mas supervalorizando as vantagens e desdenhando das desvantagens.

Conheça o MOTDH – Método Olho de Tigre de Desenvolvimento Humano e percorra esta jornada conosco. Nossa missão é aguardar o seu momento para ajuda-lo(a) neste autodesenvolvimento.