Vulnerabilidade comportamental: um pré-requisito para as experiências
Quando se fala em aprendizado integral, proposta de nosso método F.E.R.A., um dos principais componentes, e menos praticado, é o E de Experiência. O que requer o hábito de praticar a vulnerabilidade comportamental.
Ser vulnerável, para muitos, é uma exposição que remete a fraqueza. Uma circunstância que nos tira o controle e que nos traz muitos riscos. Mas ser vulnerável é um fator imprescindível para viabilizar as sensações da experiência.
Experiência sem vulnerabilidade é o mesmo que macarrão sem queijo, e vice-versa.
Mas o que é vulnerabilidade comportamental?
Vulnerabilidade é a falta de capacidade de resistir a um ambiente hostil. Um período de tempo onde a defesa ou a resistência é inútil.
Ser vulnerável é estar a mercê do outro, sem muito controle das circunstâncias. Em situações com estas temos 2 alternativas: fugir da vulnerabilidade, ou; submeter-se a ela e aprender alguma coisa.
Fugir representa adotar a blindagem as circunstâncias que lhe fogem ao controle. Incentivar a blindagem, mais enfraquece as pessoas do que as prepara para a vida como ela é.
Submeter-se às circunstâncias que nos fogem ao controle, faz sofrer. Mas alimenta o sistema imune com dados que maximizam a potência e eficácia do próprio sistema de defesa de nosso corpo.
Por outro lado, a blindagem ajuda na manutenção da zona de conforto, é verdade. Mas minimiza, e muito, a capacidade de enfrentar e vencer desafios impostos, principalmente nos tempos em que vivemos.
A vulnerabilidade como exemplo
Vamos observar Jesus Cristo, um dos mais sábios e exemplares personagens de nossa história (ou estória, para alguns).
Primeiramente, ele viveu sua jornada de forma vulnerável, sem se blindar. Sofreu de forma absurda, sem fugir de absolutamente nada.
Em segundo lugar, adquiriu muitos seguidores exatamente por isto. Foi no exercício da vulnerabilidade, e não da blindagem, que seu poder e magia se consolidaram.
Em terceiro lugar, sua fama manteve-se (e ainda se mantém) centenas de anos. Isto porque, embora tivesse a possibilidade de se blindar, escolheu ser vulnerável.
Em outras palavras, vários líderes (Abraão, Moisés, Maomé, Saint Germain e os próprios discípulos de Jesus), independente da crença que você professa, seguem o mesmo exemplo. Preferem ser vulneráveis e dar o exemplo a seus seguidores.
A experiência não existe sem estarmos vulneráveis
A leitura de um bom livro e assistir uma boa aula ou palestra não requer vulnerabilidade. Também a reflexão não requer vulnerabilidade.
Mas a experiência e a aplicação do aprendizado, não acontece sem que sejamos capazes de nos submeter às coisas não controláveis.
No começo de minha jornada no estudo das ciências do comportamento eu vivi uma situação que exemplifica bem a vulnerabilidade. Veja o vídeo abaixo:
Dia 05/03/2022 teremos um evento on-line e ao vivo onde abordaremos com maior profundidade os fundamentos da pessoa F.E.R.A. Lá trataremos um pouco mais os fundamentos da vulnerabilidade comportamental como parte do “E”. Clique aqui e saiba mais.
Concluindo, acredito sinceramente que a vulnerabilidade comportamental é bem mais sábia e reflete bem o dilema cerebral entre luta & fuga. Nosso cérebro sempre fica na dúvida entre lutar contra uma limitação ou fugir, submetendo-se menos aos riscos. Mais isto é tema para outro artigo.